segunda-feira, 26 de julho de 2010

Time do Povo

Enquanto Felipe Melo fazia muitas faltas na Copa do Mundo da África, uma delas desleal, prejudicando o nosso time, um outro jogador, em especial, fazia muito mais falta que ele. Era Paulo Henrique Ganso, meia habilidoso do Santos, que fora preterido por Dunga, juntamente com outro craque, Neymar. No lugar deles, jogadores fora de forma e até mesmo reservas em seus clubes.

Agora a história é outra, e o técnico também. Com Mano Menezes realmente a história tende a ser muito melhor escrita.

Com o seu jeito sereno e acessível, Mano se encaixa perfeitamente no projeto proposto por Ricardo Teixeira. A renovação vem desde a raiz. Do técnico à Comissão, passa por jogadores e também pela filosofia.

O ex-técnico do Corinthians adora trabalhar com jovens e, diferentemente de Dunga, não costuma temer o desconhecido. Gosta de arriscar e lançar jovens promessas. Basta lembrar de Anderson, ex-grêmio e atual Manchester United, na épica “batalha dos aflitos”, quando fez o golaço decisivo que livrou o time gaúcho do rebaixamento.

Pelo o que pude perceber até o momento, a única exigência de Mano é a ausência de rótulos. Não quer ser a “Família Mano”, muito menos o “O grupo do comprometimento”, termos onipresentes com Felipão e Dunga, respectivamente.

Mas mesmo com toda a distância de tais rotulações, ele mesmo já sentenciou que a Seleção dele será a “Time do Povo”. Traduzindo, essa será aquela seleção que o povo quer ver, alegre, habilidosa, unida, genuinamente brasileira.

É por isso que, provavelmente, na convocação de hoje, Mano chame a garotada que têm enchido os nossos olhos. Neymar, Ganso, Wesley, Arouca, Dentinho, Hernanes, Bruno Cesar, enfim, nao é só Mano a grande novidade do Brasil. O time também poderá apresentar surpresas, como Renan, jovem goleiro do Avaí. Ou Maranhão, lateral-direito do Santos.

O fato é que antes mesmo de pensar nas jovens promessas, temos de pensar se eles são capazes de se enquadrar na filosofia de Mano. É por isso que a presença de jogadores mais tarimbados, como Roberto Carlos, e até mesmo Elias, podem ajudar nesse processo de renovação.

Mas enfim...Pode ser que o novo técnico não queira ser o paizão que foi Felipão, nem o tio que todo jovem talento das categorias enxerga em seu primeiro treinador, mas o estilo mano mais velho, que dá conselhos e se doa, com certeza não poderá ser desvinculado de sua pessoa.

Melhor para o Brasil, que continua em "família".

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