sábado, 10 de julho de 2010

Morte no futebol...Ou do futebol.

Tenho relutado nos últimos dias para não me pronunciar a respeito do caso Bruno, mas é impossível não comentar, nem que seja para criticar o espaço ocupado por esse marginal na TV.

Fico o dia inteiro zapeando pelos canais ESPN, SPORTV, mas parece que o goleiro de carreira promissora que virou assassino chama mais a atenção do público que a própria Copa do Mundo.

E para não dar ainda mais ibope ao assunto, mudemos um pouco de assunto, mas mantendo o foco na formação errônea de alguns jogadores.

Muito se fala em relação à má formação do indivíduo, priorizando mais o talento e o lado profissional, que aliás, é mais rentável aos empresários. Ao invés de cuidar dos interesses dos jogadores, muitos surgem apenas para tratar de suas carreiras, aparecendo apenas para assinar o contrato e embolsar uma quantia referente à sua representação.

Confesso ter inveja do profissionalismo estadunidense, que obriga os jovens talentos a ingressar em uma Universidade, com direito a bolsa, auxílio psicológico e financeiro, além de uma oportunidade para realizar seus sonhos nas ligas milionárias que geram riquezas às várias esferas da sociedade. É assim com a NBA, a NFL, a Major League de futebol, além da liga de baseball e de hockey.

Será que se o goleiro Bruno, que fora abandonado por seus pais na infância, teria um futuro mais digno e promissor se tivesse um auxílio psicológico e profissional desde o início da carreira? Quem é o responsável por detectar e sanar esses desvios de conduta? O clube ou o empresário? Por quê não os dois juntos, afinal, agregar valor a um produto, ou no caso, ao jogador, é uma forma de levá-lo a um futuro melhor, torná-lo mais atraente e negociável.

Se não me engano, Bruno já estava em negociação com o Milan da Itália, por conta da saída de Dida. Ele ganharia um salário milionário, teria o respaldo de um grande clube e chegaria fácil à Seleção Brasileira, afinal, a procura por jovens talentos depois da saída conturbada de Dunga é uma realidade.

Resta saber até quando o futebol arte e campeão do Brasil vai sobreviver. Estão matando o esporte que já faz parte da cultura popular brasileira. Até quando mais pessoas vão morrer por conta da falta de profissionalismo, pelo envolvimento de seus profissionais com o crime organizado? Estaríamos próximos de virar uma Colômbia?

Bom, no futebol já regredimos, jogando um futebol horroroso, a "la Alemanha" de alguns anos. Será que a decadência passará a outras esferas?

E por falar em "ex-feras", a decadência de jogadores que iniciaram a carreira de maneira promissora, mas que hoje não passam jogadores nômades, como Adriano e Vágner Love, pode nos obrigar a repensar sobre a importância de auxiliar jovens talentos desde a base, detectando potenciais desvios de conduta e problemas ligados à infância pobre.

Certas coisas nem Freud explica, mas não precisa ser tão catedrático para ver que coisas simples podem evitar que outras mais sérias sejam concretizadas. Aliás, Ricardo Teixeira mesmo no programa "Bem, amigos" expressou a sua vontade de ter psicólogos na seleção. Tomara que isso se concretize e se estenda aos clubes.

Seria bom voltar ao tempo em que o termo "MATADOR" estava mais associado a um craque que faz gols e decide, do que a um jogador que matou alguém.

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